22/11/2010

Arrested.

Hoje é mais um dia

De tantos dias que não são dias

De uma vida que não é vida

Para o prisioneiro acorrentado


De sua comida que já é só restos

Hoje nem restos ele ganhou

Está uma tarde quente de verão

Morrendo de sede por água ele suplica

Grita e chora de sede

Mas aos berros é repreendido

Cala e sofre

Sofre e chora calado

Pois se não o fizer

Irá mesmo apanhar como condenado


O chão de sua cela é puro barro

Ele está sujo

Trancado por grades

E ainda acorrentado


Meu Deus!

Que terrível crime cometeu o coitado

Que fizera para merecer tanto sofrer

Quem é este prisioneiro acorrentado?


Ele é mais um terrível

Bandido inocente

Neste mundo naturalmente

Injusto da gente


Não sabe ele o que é viver

Alegria não sente

Antes mesmo de andar

Já foi pra corrente


Ele não conhece o mundo

Não conhece nada

Foi privado na necessidade mais necessária

A liberdade que lhe foi injustamente tirada


Única coisa que conhece

A própria cela e o frio da corrente

Nem ele sabe mas hoje é o fim de sua pena

Por algum motivo lembrou de sua mãe

Único carinho que recebera

Mas dela logo foi arrancado

E nunca mais a vera


Lembrava e sonhava sempre

Com seus irmãos e sua mãe

Acordava chorando

E ainda apanhava

Mas finalmente seu castigo chegou ao fim

A liberdade p veio buscar

É a morte que chegou para o levar


Ele jamais soube o que é ser feliz

Ter amigos e brincar

Quando nasceu sonhava ser a alegria de alguém

Mas quem o torturou por toda a vida

Foi justo aquele a quem ele queria alegrar

Mas neste mundo do cruel macho guerreiro deus judaico cristão

Nem no céu os cães podem entrar

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